As Armações Baleeiras foram instaladas em todo o litoral de Santa Catarina do Século XVIII. Elas serviam para a produção do óleo de baleia para iluminação e argamassa.
O litoral de Santa Catarina foi sede de diversas armações baleeiras no século XVIII, inclusive cidades como Garopaba e Imbituba. Apesar deste passado, hoje essas cidades buscam a preservação dos cetáceos. Em 1793 foi instalada a Armação Baleeira em Garopaba e em 1796 a de Imbituba. Se atualmente vemos a “caça” à baleia como uma prática terrível para a natureza, a situação era bem diferente naquela época. As armações baleeiras eram o sustento dessas cidades, ainda denominadas como vilas. Como precisavam de grande número de pessoas e recursos, essas vilas foram construídas ao redor das armações.
Mesmo pagando uma taxa de exploração à Coroa Real Portuguesa, os lucros eram compensadores. Baleias de grande porte eram arpoadas quase semanalmente e rebocadas para os barracões. Nestes locais era feito o retalhamento do animal e a retirada da gordura para ser derretida em grandes caldeiras.
O óleo de baleia tinha duas finalidades:
1º Usado para iluminação pública das poucas cidades brasileiras, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo;
2º Utilizava-se como argamassa destinada às construções de fortalezas e edifícios, oferecendo-lhes resistência semelhante ao cimento,que não existia na época.
As armações baleeiras tiveram suas ações finalizadas entre os anos 1867 e 1870 devido a descoberta do petróleo americano e da produção de querosene. No fim, essa prática foi deixada de lado muito mais por questões mercadológicas do que de consciência. Outro fator que determinou o fim da das armações baleeiras foi a descoberta do cimento para a construção de prédios e fortalezas.
Talvez você esteja lendo e pensando: Como isso era possível? E a resposta é: outros tempos com outras necessidades.
A Armação Baleeira de Imbituba foi extinguida em 1829 e a de Garopaba em 1837, segundo dados da época.
Preservação da Baleia Franca
Passado o período da “caça” à Baleia Franca, veio a consciência e a preservação dos maiores mamíferos da terra. Em 1998, após uma campanha popular liderada pelo Projeto Baleia Franca e empresários locais, a Prefeitura Municipal de Imbituba decretou o Tombamento Histórico do sítio do Barracão da Baleia. Uma Lei Municipal posterior transferiu o sítio para o Projeto Pró-Franca que cuidou da sua restauração e preservação.
Inaugurado em 2003, o Museu da Baleia de Imbituba serve como Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca. Ele recebe seus visitantes anualmente e conta a história das Armações Baleeiras e da luta pela sua proteção. Este espaço é o único presente na América do Sul e em seu interior é possível ver um modelo do navio baleeiro à vela Charles Morgan dos Estados Unidos.
AS VISITAS SÃO GRATUITAS
PARA GARANTIR A SUA VISITA E É NECESSÁRIO REALIZAR AGENDAMENTO
Horário de Funcionamento:
Temporada das baleias (06 de Agosto a 30 de Novembro*): terça a domingo, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas.
(*não abriremos nos feriados de 7/09, 12/10, 02/11 e 15/11)
Verão (06 de Dezembro até 11 de Fevereiro): terça a sábado, das 9 às 17 horas (não fecha ao meio-dia). Nas quintas e sábados das 14 às 16:30h a visitação fica restrita em função das atividades do Programa “De Ferias com as Baleias”. Clique aqui e saiba mais sobre o Programa.
Baixa Temporada (14 de Fevereiro até 05 de Agosto): terça a sábado, das 9 às 12 horas e das 14 às 17 horas.
Rota da Baleia Franca
Formada pelos municípios de Garopaba, Imbituba e Laguna, a Rota da Baleia Franca é um destino turístico ideal para a observação destes espécimes. Além de receber os turistas que passam por aqui, a Rota da Baleia Franca - RBF tem por objetivo levar informação e conscientização sobre a preservação das Baleias Franca.
Estas cidades defendem um turismo responsável, que ajude na preservação destes belos animais e por essa razão, os passeios são feitos com empresas especializadas, como o nosso parceiro Ao Sul Natural. Além das baleias, as cidades de Laguna, Imbituba e Garopaba possuem características marcantes, cheias de histórias, elas têm caminhos que recontam a história da colonização açoriana e dos povos indígenas que aqui viveram.
Estas centenárias cidades guardam segredos que vão encantar você, junto de uma gastronomia maravilhosa e as praias mais paradisíacas.
Avistamento
Se você tem interesse em ver a Baleia Franca em seu habitat natural, pode contratar o serviço da Ao Sul Natural. Eles fazem parte da Rota da Baleia Franca e terão muito prazer em atender você. E você pode saber mais sobre o avistamento da Baleia Franca nos textos abaixo.
DE SOUZA, João Pacheco, Garopaba Breves Observações, ed. Maré, Garopaba - 2017