O Morro do Índio proporciona muito mais do que banho nas piscinas naturais ou belíssimos amanhecer e pôr do sol.
Quem chega na Praia da Ferrugem ou na Praia da Barra de Garopaba, já deve ter visto o Morro do Índio. Essa enorme montanha desperta a curiosidade dos turistas e de quem passa por essas praias. Além de imponente, essa grande estrutura proporciona as mais belas fotos, seja do amanhecer no horizonte ou do pôr do sol nas montanhas. Só que o Morro do Índio guarda diversos segredos, alguns com aproximadamente 4.000 anos.
O termo "sambaqui" vem do tupi-guarani e significa depósito de conchas. Os sambaquis receberam este nome justamente por ser um grande depósito de conchas formado ao longo de milhares de anos. E como não poderia ser diferente, eles foram instalados ao longo do litoral brasileiro e em Santa Catarina estão os maiores do mundo. Além do Brasil, é possível encontrar sambaquis na Europa, América e África. Mas como essas montanhas foram formadas?
Acompanhe que vamos falar mais sobre o Morro do Índio e o que são os sambaquis.
Povo Sambaqui
O Povo Sambaqui, também chamado de Sambaquieiros, eram grupos de caçadores-coletores. Estes grupos viveram no litoral brasileiro e começaram a erguer os sambaquis há 8.000 anos. O ápice desta ocupação foi entre 2.000 e 4.000 anos atrás, período em que foram datados a maioria dos sambaquis descobertos. Este povo tinha bastante intimidade com o ambiente marinho e isso se prova pela localização dos sítios, sempre próximo ao mar.
Os sambaquieiros, possivelmente dominavam técnicas de canoagem e remo, segundo estudos, eles detinham as técnicas de pescas utilizando redes, anzóis, armadilhas e espinhéis. Além de peixes, eles se alimentavam de moluscos, aves, mamíferos terrestres e aquáticos e plantas da região. Como estes utilizavam diversas ferramentas, eles produziam seus artefatos no próprio sambaqui, e ali formavam diversas oficinas líticas.
Oficinas Líticas
Os povos sambaquis produziam diversos tipos de artefatos para caça e pesca. Estes artefatos eram fundamentais para as suas atividades de subsistência, ritos e costumes. Como matéria-prima, eles utilizavam conchas e ossos de pequenos animais que eram modificados para anzóis, pontas para caça e colares. Estes materiais eram trabalhados nas próprias rochas dos sambaquis e estão até hoje emoldurados nos locais. Desenhando a história de um dos primeiros povos que por aqui viveram.
Além de conchas e ossos, os sambaquieiros também utilizavam as rochas para a confecção de ferramentas de pedra polida, como machados, moedores e almofarizes; e de pedra lascada, como pontas de flecha e raspadores. Alguns grupos também realizavam esculturas líticas com formato de animais, chamadas de zoólitos. Apesar de termos pouca informação sobre o que significavam estas esculturas, elas mostram a intimidade dos sambaquieiros com a vida marinha.
Ao caminhar pelo Morro do Índio você irá se deparar com diversas dessas oficinas líticas, nas quais eles produziam suas armas e outros utensílios.
Cemitério Indígena
Independente se você mora em Garopaba ou está de passagem, já deve ter ouvido falar que o Morro do Índio é também um cemitério indígena. Bem, isso é a mais pura verdade. Em janeiro de 2021 houve um grande período de chuva e isso expôs os ossos de alguns dos índios que ali estão enterrados. Um testemunho único da importância que o sambaqui tem para a história da região. Mas como e por que estes índios foram enterrados neste local?
Os grupos sambaquieiros tinham rituais funerários marcantes e a própria construção dos sambaquis estaria centrada nestes rituais. Em muitos dos sambaquis estudados foram encontrados sepultamentos com acompanhamentos funerários. Entre estes itens estavam: animais inteiros, colares de conchas, jóias, ferramentas entre outros itens. História de um povo extinto muito antes da chegada dos carijós na região.
Depois de ler este artigo você deve ter percebido a importância que o Morro do Índio tem para a história de Garopaba e para o turismo de Santa Catarina. Visite Garopaba e conheça mais sobre a história dos povos originários que por aqui se viveram. Cultura, história e natureza nas praias mais paradisíacas do Brasil.
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